O escritor Serg Smigg mora no município de Caieiras, grande São Paulo. É jornalista e palestrante corporativo com ênfase nas relações internas e externas. Foi professor de Língua Portuguesa na rede estadual de Ensino no estado de S. Paulo, além de assessor de comunicação na Secretaria Municipal da Ação Cultura na cidade em que reside. Atualmente, desenvolve atividades textuais diversas: redator, organizador e revisor publicitários e acadêmicos, além de textos técnicos. Mantém um curso virtual para quem precisa melhorar sua escrita chamado FEB Fale e Escreva Bem - Redação e Expressividade.
Ateu extremamente ativo, procura demonstrar em seus ensaios, crônicas e livros a eficácia de se discutir religiosidade nos tempos atuais, especificamente em relação às distorções político-sociais que esse traço da postura humana emana a todo momento. Entretanto, há em seu pensamento uma questão importante: a dignidade humana.
Para Smigg, até mesmo as Religiões mantidas enclausuradas nos templos é fator discutível nos dias de hoje. Com isso, quer dizer que os conceitos limitantes ali discutidos provocam ranhuras terríveis no raciocínio dos mais ingênuos, de forma que a dignidade e inteligência destes sejam menosprezadas por parte de espertalhões. Ou, em versão mais amena, sejam esquecidas por parte daqueles que, uma vez no posto de pastores, realmente creem em tais conceitos.
O livro mais recente de Smigg, Sociedade sem Deus - Mundo Corrigido - explora exatamente a ingenuidade de incautos seguidores daqueles espertalhões. Trata-se de ficção. Contudo, o autor o classifica como ficção possível, já que não aprecia o tipo de ficção em que poderes extraterrestres não têm fundamento, em que zumbis simplesmente passam a comer cérebros sem razão específica, em que humanoides voam e apresentam força descomunal sem qualquer motivação explicável.
No caso de seu livro, todos os fenômenos descritos são embasados com o mínimo de aceitação científica. Segundo Smigg, é melhor maneira que encontrou de respeitar a inteligência de seus leitores.
Leia abaixo a entrevista que concedeu ao nosso blog.
BLOG MOSAICO DE LEITURA: Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?
Serg Smigg: Tive sempre essa intenção. Escrevo desde os anos 70, tempo de minha adolescência - tenho 61 anos de idade. Contudo, responsabilidades como chefe de família e falta de oportunidade (em especial virtuais) nos anos iniciais de minha carreira me impediram de me dedicar mais ferrenhamente a minha carreira. Com o advento da internet, as coisas ficaram aparentemente mais fáceis. Digo "aparentemente" porque a fluência de oportunidades é proporcional à quantidade de espertalhões, como comentei em resposta a outra pergunta sua abaixo.
BLOG: Que estratégia usa para divulgar seu trabalho?
Smigg: Tenho lançado mão dos instrumentos que a tecnologia atual oferece: redes sociais, mensagens instantâneas, sites, podcasts etc. e, especialmente, parceiros como você e seu site. Tenho acompanhado as postagens do Mosaico das Leituras. Vejo-o como canal de futuro próprio e futuro de bons escritores. Iniciativas como essa são altamente eficientes e aproximam o escritor de seu público, além de levar seu nome a outros públicos mais.
Penso que os escritores precisam aproveitar oportunidades como esta que o Mosaico de Leituras oferece. Há vários canais de divulgação virtual que, sendo monetizados, requerem recursos dos novos escritores. E recursos de que estes nem sempre dispõem. Não à toa, faço questão de divulgar este site para meus colegas.
BLOG: Você publica seus livros em versão física ou online? Quais as vantagens e desvantagens de se publicar pela forma que escolheu?
Smigg: Inicialmente, na versão virtual. Tenho 5 títulos no Amazon entre romances, crônicas e contos. Mas, a bem da verdade, foi estratégia para registrar os enredos em nuvem também, além de tê-los registrado na Biblioteca Nacional. Em dezembro passado, meu livro mais recente, Sociedade sem Deus - Mundo Corrigido - foi publicado em versão impressa.
BLOG: Como vê a literatura no Brasil?
Smigg: Em verdade, com o advento da internet, é preciso pensar em termos de Planeta, posto que a globalização tem transformado o mundo numa só região, guardadas as devidas proporções evidentemente. A literatura tem ganhado novos ares em todo o mundo. Estilos e expressões impensáveis há dez anos estão latentes hoje no mercado de livros. Isso não significa que sejam melhores ou piores que estilos mais tradicionais; entretanto, para alguns escritores mais plenos de veia artística, a literatura atual perdeu sua essência como elo entre a sensibilidade e a realidade que marcam o dia a dia dos leitores. E deles próprios, os escritores.
No caso Brasil, convém lembrar que é tido por especialistas da área como um país que escreve muito, mas que lê pouco. Estranho isso, não? A internet mostra isso facilmente, apesar de a qualidade literária dos textos virtuais ter seguido por caminhos obscuros.
Assim, vejo a literatura no Brasil - e no mundo - como organismo autoadaptável à realidade das sociedades - como sempre foi e como sempre será. Aliás, penso que essa é função essencial de qualquer arte: escancarar a realidade nua e crua no tempo de sua expressão. E cruelmente.
BLOG: O que você diria para alguém que pretende lançar um livro?
Smigg: Eu me considero um homem de iniciativa, um homem de ideias. Em minhas palestras corporativas, afirmo sempre que, se alguém me disser que gostaria de abrir uma franquia de fast food na Lua, realmente ouço o que a pessoa tem a dizer. Via de regra, grandes ideias nascem de iniciativas aparentemente loucas e despropositadas. Dando uma ou outra sugestão, lapidando algumas estratégias, fazendo uma ou outra alteração, é sempre possível chegar bem próximo do que a pessoa espera.
No caso de fast food na Lua, por exemplo, hoje isso é impossível. Porém, conversando, expondo ideias, debatendo possibilidades, talvez seja factível lançar uma loja de alimentos com ares cósmicos. Assim, quando as viagens interplanetárias se concretizarem - posto que vão se concretizar -, a iniciativa já estará a meio caminho andado.
Por outro lado, o mundo das artes é infinitamente amplo, plenamente diferenciado. Vejo as artes como válvula de escape para a pressão que as agruras da realidade impõem sobre a mente humana. Nesse cenário, eu diria a qualquer pessoa que pretenda escrever e lançar um livro que vá em frente; que pesquise os melhores caminhos; que busque as melhores opções.
Antes, porém, a pessoa precisa identificar o próprio estilo, identificar o tema que melhor agrade a si mesma e investir no universo desse tema. Não há nada mais frustrante para um artista de qualquer modalidade que trabalhar em algo que não aprecie.
E muito cuidado, mas muito cuidado mesmo, com aproveitadores de plantão. Tanto quanto espertalhões religiosos usam o desespero de crédulos, espertalhões agenciadores prometem mundos e fundos a quem busca seu lugar ao sol. Leiam atentamente as ofertas de empresas que se dizem experientes no mercado editorial.
BLOG: Por sua visão de escritor, o que é preciso para que a literatura nacional seja mais valorizada?
Smigg: Penso que seria necessário mudança de cultura para que isso aconteça. Em boa parte dos países, escritores medianos são contemplados com o respeito e a consideração que todo escritor merece. No Brasil, o instinto do estrangeirismo está inculcado no espírito nacional desde a descoberta de nosso território. Desde então, há a ideia de que tudo de origem europeia, todos os nativos da Europa e quaisquer costumes europeus sempre foram melhores que os do Terceiro Mundo. Quando os EUA passaram a se destacar no cenário mundial, a fonte de admiração do brasileiro se transferiu para lá.
E, de lá, nunca mais saiu. Até hoje. Nesse sentido, apenas esporadicamente um escritor brasileiro alcança êxito em território nacional na contemporaneidade, especialmente em vida, já que seus nomes ganharam notoriedade póstuma. Jorge Amado, Moacyr Scliar, Ariano Suassuna e mais alguns nomes são exemplos diferenciados. Até mesmo o artisticamente desprezível Paulo Coelho pode ser considerado um escritor fora da curva brasileira.
Então, em resposta a sua pergunta, eu diria que os valores artísticos do escritor brasileiro estão escondidos na pressão cultural que ainda torna a visão dos leitores meio nublada. Ou seja, seria preciso uma forte onda de iniciativas e programas culturais para que esses valores frutificassem.
Não à toa, considero o escritor brasileiro, antes de tudo, um super-herói, um guerreiro fiel a sua essência e a seus sonhos. Sandra Alves, Ludmila Bahia, João Carlos Brambilla, Dany Marks e todos os outros escritores entrevistados neste site são exemplos claros e merecem minha admiração plena.
BLOG: A internet influencia na carreira do escritor?
Smigg: Certamente, mas apenas nas questões de busca por oportunidades. Em termos técnicos e de estilo, já desenvolvi minha linha artística há anos.
BML: Onde o leitor e amigo de nosso blog pode encontrar seus textos?
Smigg: Como assessor de comunicação de alguns clientes, preciso manter páginas em redes sociais a fim de acompanhar o desempenho. Então, aproveito para expor meu pensamento e meus textos nelas.
Nelas, seus leitores e amigos vão encontrar informações sobre meu livro mais recente. Ou, ainda, por meio de meu WhatsApp profissional: 11 9 8344 6806 (trata-se de telefone divulgado em minhas redes sociais).
BML: Como obter um exemplar do livro Sociedade sem Deus - Mundo Corrigido?
Smigg: Meus leitores têm obtido seus exemplares por meio de contato direto com o sistema da editora. Basta acessar link abaixo, ler a apresentação e o prefácio e, havendo interesse, preencher o formulário. O sistema envia mensagem com instruções para obtenção:
BML: Você teria uma mensagem, uma dica para deixar aos leitores, seguidores e amigos de nosso blog?
Smigg: Meu livro mais recente é dividido em duas partes; cada parte, em alguns capítulos. No início de cada capítulo, deixo uma citação de grandes pensadores e também minhas. Duas delas, ambas minhas, podem ser usadas como recado para os leitores deste blog fantástico:
"A ficção é tão importante para as civilizações que estas procuram suas realidades nas entrelinhas daquela."
Portanto, escrevam. Escrevam. Escrevam. Escrevam sempre que puderem, mas especialmente quando não puderem. É nessas horas que você, escritor, precisa escrever mais.
"Uma sociedade como um todo que necessite de regras jamais vai respeitá-las. Nem sequer uma só delas. É preciso prescindir de regras para que regras sejam respeitadas."
Portanto, não se preocupe muito com regras. Um escritor tem liberdade para fugir delas em seus escritos, em sua criação.
Por fim, preciso deixar expressa aqui minha admiração pela iniciativa de ter criado este espaço para divulgação de escritores. Mesmo eles não assimilam claramente a importância deste site. O trabalho desenvolvido pela equipe do Mosaico de Leituras tem alcance excepcional e fantástico.
E, encerrando, meus mais sinceros agradecimentos pelo convite a esta entrevista.
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(Links e redes sociais na entrevista)