"Não deixe de dizer o que precisa ser dito"
(Ensina-me Odiar Você, por Danka Maia)
Blog: Quando percebeu que seu destino era ser escritora?
Danka: Quando notei que escrever era mais que hobby ou algo assim. Percebi que é algo que me dá prazer, algo para qual me entrego de corpo e alma, que me realiza, que me completa. Não houve um dia ou um mês apenas aquele momento em que você para e se analisa e descobre o sentido da sua vida.
Blog: Qual origem do nome "Danka"?
Danka: Danka nasceu no teatro. Eu fazia parte do grupo de teatro no Ensino Médio, escrevia peças, atuava, dirigia. Quando chegou o momento de preparamos nossos banners, em uma peça que eu escrevi e dirigia e que seria apresentada no teatro municipal de minha cidade, Saquarema, me perguntaram e veio Danka, meu nome de batismo é Daniele, sempre tive problemas com ele, não por acha-lo feio ou coisa assim, apenas muito singelo para minha personalidade. Danka me representa mais. Quando passei a escrever adotei Danka Maia.
Blog: A história dos seus livros tem alguma relação com alguém que você conheça? Alguma história foi baseada em história real?
Danka: Algumas sim, outras não. Um personagem carrega alguma somatória do que você viveu, leu, conheceu. Mas não é uma obrigatoriedade, há casos que eles foram criados pela minha cabeça maluca (risos). Agora, Supera Raclana, Amor Em Terras De Fogo e Ensina-me Odiar Você, embora de segmentos muito diferentes relatam fases da minha vida e de mim.
Blog: Tem algum tipo de ritual antes de começar a escrever?
Danka: Não gosto de escrever no silêncio, é sempre com música e mais, a música que escolho previamente para o personagem. É uma conexão que gosto e pode ser considerado o meu “ritual” digamos assim.
Blog: Qual o seu conselho para as pessoas que querem lançar um livro?
Danka: Não gosto muito da palavra conselho, (risos) parece que a gente sabe mais do que o outro. Mas se posso dar algumas dicas, digo que se prepare ao máximo. Às vezes as pessoas esquecem que ser escritor é como qualquer outra profissão no mercado. Você precisa se destacar, estar bem preparado e atualizado com o mercado no qual está entrando. Precisa lembrar que seu livro é um filho para você, mas um produto de entretenimento para uma editora, portanto ele precisa oferecer garantias dentro do mercado editorial. Precisa entender seus leitores porque são pessoas que param seu mundo para ler o seu.
Blog: Como vê a literatura no Brasil?
Danka: Ainda como um recém-nascido. Nosso Brasil não investe na cultura ou no progresso que uma pessoa faz quando lê. Os brasileiros que leem em sua maioria preferem a literatura estrangeira à nossa. Alguns de fato preferem depois de lerem e compararem, nesse caso, falamos sobre preferência. Mas há aqueles que nunca leram nada sobre autores nacionais e de cara afirmam que não gostam. Muito complicado. Isso nos obriga enquanto escritores a reforçar muito seu nome antes de se apresentar para uma editora. O autor nacional precisa ter um nome muito forte dentro do mercado, isso significa grande quantidade de leitores isso servirá como uma carta de recomendação para o mundo editorial.
Blog: O que é preciso para que a literatura nacional seja mais valorizada?
Danka: Olha, o que direi aqui não abrange somente a literatura nacional não e sim o Brasil. Nós, brasileiros, temos que aprender a dar valor do que é nosso. Precisamos parar com esse ranço como nossos antepassados que trocaram nossas pedras preciosas com as bugigangas do senhor Cabral. O brasileiro acredita que tudo que é do outro, tudo que vem de fora é melhor do que é feito aqui. Portanto quando essa mentalidade, ainda tão tacanha, infelizmente, mudar isso naturalmente vai resvalar na literatura nacional. É um processo lento, mas que espero poder contribuir para que aconteça.
Blog: Como faz para divulgar o livro? Qual a melhor forma?
Danka: Como autora independente digo de olhos fechados que a melhor ferramenta de divulgação são as redes sociais. Grupos de leituras, plataformas como Wattpad e Amazon são fundamentais para quem está começando. É bom estudar um pouco de como usar as mídias sociais, de publicidade e de parcerias com blog para entrevistas. O caminho é por aí.
Blog: Um escritor está sempre absolutamente consciente do que faz?
Danka: Não posso falar por todos, como disse Nelson Rodrigues: “A unanimidade é burra.”, então eu só posso falar por mim. Eu procuro sempre estar consciente do que escrevo porque como Professora eu sei que o Escritor também é um formador de opinião. Você está sim criando um parâmetro, um pensamento ou uma forma de ver quando escreve uma trama. Então o cuidado, a consciência sobre aquilo que escreve precisa ser plena.
Blog: Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?
Danka: Eu comecei como hobby. Eu comecei com os poemas sofridos da adolescência, depois fui para as crônicas até que cheguei à Casa Dos Destinos, meu primeiro livro. Aos dezessete anos eu dizia que escreveria um livro, mas não como uma carreira. Passei a escrever profissionalmente tem uns cinco anos.
Blog: Quando olha para trás sua maior satisfação é poder dizer...
Danka: Que entre os livros que estão na minha cabeceira hoje estão os meus.
Blog: Qual a função social da literatura?
Danka: Para mim a literatura assim como magistério tem a mesma responsabilidade com a sociedade, você está compondo formadores de opiniões. Tem colegas escritores que não se sentem responsáveis para tal função. Nesse ponto sou clássica, para mim um livro precisa cumprir sua razão social. Mostrar algo. Tocar em algum assunto. A literatura é a melhor forma de interagir num cérebro calado porque ela o obriga a pensar.
Blog: Literatura como risco ou libertação?
Danka: Na minha intensidade insana nas duas formas (risos). Depende do meu estado de espírito. Às vezes eu me arrisco totalmente nela como forma de libertação.
Blog: Sua família o encorajou a escrever?
Danka: Hoje não. Eu não tenho apoio dentro da minha casa não. Mas eu fui introduzida na escrita pelos meus pais, que mesmo sendo pessoas muito simples, tiveram a noção exata do que a educação, a cultura poderia me promover. Minha mãe lia muito para mim e era rígida com o meu desenvolvimento. Ela não aceitava que eu escrevesse algo como “Vovô viu a uva”. Ela sentia que eu podia ir além, acho que foi sua intuição materna que a fez ver isso. Meu pai foi uma alavanca. Eu comecei escrever antes de saber de fato escrever. Explico. Quando tinha uns três ou quatro anos de idade, meu pai só ficava em casa aos domingos, pois trabalhava muito e aquele tempo para mim era muito precioso, mas meu pai adorava ler, entre livros, jornais haviam os gibis, um a paixão dele. Então tínhamos um trato, ele costumava a me dar os gibis que ele cansara de ler (risos), porém eu ficava intrigada porque aqueles livros, gibis chamavam tanto a atenção dele. Um dia eu quis um gibi que pelas regras ainda não poderia ser meu. Fiz birra, choro, coisas de criança, e ele me deu um conselho. Disse para que “lesse” o gibi, gravasse a história e montasse minha própria história em minha cabeça diante daquelas gravuras, assim teria uma história só minha.Pronto! Não parei mais! Lembro-me de ficar pela casa atrás de minha mãe contando minhas histórias diante dos gibis que tinha. Sabia todas de cor. Então, foi ali que de fato eu comecei. Com o tempo, eu cresci, aprendi a ler e escrever, vieram as redações, as leituras, os poemas sofridos da adolescência, (mais risos), foram fases gostosas da minha vida.Até que chegou a hora de sentar e escrever um livro de verdade.
Blog: A internet influencia na carreira do escritor?
Danka: Sim, ela hoje é uma ferramenta primordial na carreira de escritor. Porque ela nos abre muitas portas. Eu não teria chegado até aqui sem a internet nunca.
Blog: Qual o primeiro livro que leu?
Danka: O Caso Dos Dez Negrinhos de Agatha Christie, que hoje se chama E Não Sobrou Nenhum.
Blog: Já tirou alguma ideia de um sonho? A infância é a mãe do escritor maduro?
Danka: Já sonhei muito com milhares de ideias, algumas eu usei outras não, eu preciso acreditar na história antes de escrevê-la, se eu não conseguir fazer isso eu não posso usa-la. Agora quanto a infância ser a mãe de um escritor maduro eu concordo, mas dentro de um campo de visão, não são apenas as memórias de vivências físicas que te amadurecem, eu acho que são os resquícios da sua essência. Desse retorno em como você era puro, como você olhava o mundo. Porque você se souber usar isso a sua mente se abre. Como se você ficasse aberto a observar tudo. A criança é assim. Ela se permite. Ela quer experimentar. Então sim, dentro desse contexto eu acredito que sim.
Blog: Uma frase que te define?
Danka: Quem não serve para servir não serve para viver.
Blog: Se pudesse voltar no tempo, mudaria alguma coisa?
Danka: Eu não sei se mudaria, mas eu gostaria de ter 25 anos com a cabeça que tenho hoje. Mas a graça da idade é essa, ela não traz somente rugas vem justamente com essa sabedoria. ( risos).
Blog: Deixe um recado para seus leitores e seguidores do blog:
Danka: Eu quero agradecer de todo o meu coração por essa oportunidade me dada pelo blog Mosaico Das Leituras. Quero agradecer as minhas ciganas e ciganos, como costumo chamar carinhosamente meus leitores. Deus abençoe a todos. E dizer que tem lançamento no Amazon do livro Entre Quatro Paredes e Nada Mais! Permita-se! Varei madrugadas com essa trama que considero a mais dramática que escrevi até agora. Beijocas! Muito obrigada.
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Parabéns
ResponderExcluirMerece sucesso
Cristina, minha cigana, muito obrigadaaaaaaa!
ExcluirLivros são muito bom
ResponderExcluirEu quero outra vez agradecer pelo carinho comigo e com meu trabalho ao blog Mosaico das Leituras e a Gabriella! Muito obrigada mesmo! Deus abençoe a todos! Beijocas!
ResponderExcluiruauuuuuuuuuuuu
ResponderExcluirGostei muito da entrevista. Parabéns. Um grande abraço. Charles End.
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