quarta-feira, 29 de novembro de 2017


"O amor sempre vence"



Vale a pena conhecer, ler e se apaixonar: 
Alice Reis - de São Carlos/SP



Blog: A história do seu livro tem alguma relação com alguém que você conheça? A história foi baseada em acontecimentos reais?
Alice: Não. Na verdade, é uma mistura de várias de várias realidades que basta abrir o jornal para vermos. No livro "A descoberta do perdão" tenho uma personagem que sofre de violência doméstica (física e psicológica), ela não é uma personagem principal, mas o assunto é abordado em segundo plano. Nos outros livros que escrevi, o amor é muito abordado, de várias formas. Amores de alma, amores livres, amores secretos e outros. Eu presto muita atenção em tudo que me contam e por isso, de alguma forma, acabo colocando esses relatos nos meus romances e contos. 

Blog: Qual o seu conselho para as pessoas que querem lançar um livro?
Alice: Busque a auto publicação. O trabalho é muito maior, mas a recompensa também. Ter uma auto publicação é ter liberdade, quem precisa gostar do seu livro é o seu público e não um editor.

Blog: Como vê a literatura no Brasil?
Alice: Desrespeitosa. Vejo muitos escritores (as) sendo enganados por empresas que se dizem editoras e outros tantos escritores (as) sendo enganados pelos próprios leitores.

Blog: O que é preciso para que a literatura nacional seja mais valorizada?
Alice: Antes de pensar apenas na literatura temos que ampliar essa pergunta para a educação de forma geral, pois sem incentivo à educação não teremos bons leitores. Um país que não oferece educação e saúde não pode esperar que bons leitores se formem. O problema da  literatura nacional é o desrespeito que os escritores(as) nacionais sofrem, primeiro com as editoras, segundo com  a mídia e terceiro com os leitores. Há uma premissa de que o escritor(a)nacional é ruim, que escreve mal, que não sabe fazer fantasia ou qualquer outra desculpa. A valorização do importado, do estrangeiro é culturalmente forte em nossa sociedade, passar essa barreira é o principal ponto para a valorização.


Blog: Como faz para divulgar o livro? Qual a melhor forma?
Alice: Tenho meu site, onde tenho uma sessão de contos gratuitos para o/a leitor(a) entenda um pouco do meu estilo. Além dos contos, tenho um blog com debates sobre a vida da comunidade LGBT e falo um pouco da minha vida. E, por fim, tenho uma loja virtual onde vendo os livros físicos e os e-books. Além, é claro, das redes sociais. Facebook e Instagram. A melhor forma é agregar um pouco de tudo, redes sociais, email marketing, divulgação em grupos.

Blog: Um escritor está sempre absolutamente consciente do que faz?
Alice: Se sua pergunta se refere ao ato de escrever, eu acredito que não. Quando falamos sobre escrever, muitas pessoas usam a forma racional, vou bolar uma história, por alguns detalhes e pronto. Mas não é bem assim. Quando imaginei o livro "Sentimentos Adormecidos", ele se moldou de um jeito na minha cabeça, mas quando reli o que estava escrevendo, ele era o oposto, as personagens tinham tomado outros rumos. Não foi diferente com "A letra do amor", Mia foi uma personagem difícil de ser moldada, ela cresceu conforme o texto foi sendo construído. E, por fim, no livro "A descoberta do perdão", a Maria Eduarda não existia, uma das personagens principais, ela só foi existir depois de vários capítulos prontos. Para completar, não existe planejamento perfeito para uma história, pois o plano é alterado a cada linha escrita.

Blog: Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?
Alice: Eu comecei aos 15 anos, sempre quis ser conhecida pelo que escrevia, mas não existe valorização na carreira de escritor. Não existe faculdade que lhe ensine a ganhar a vida com a escrita. Quando falo ganhar a vida com a escrita, não é fazer redação publicitária, escrever notícias, escrever textos para blogs, falo em ganhar dinheiro vendendo seus livros. Viver de venda de livros, como se fosse uma empresa aberta, uma livraria de um escritor só. Sempre quis e ainda quero viver dessa "livraria", estou buscando isso com a auto publicação e estou tendo bons frutos.

Blog: Quando olha para trás sua maior satisfação é poder dizer...
Alice: ... Que me assumi lésbica mesmo com os medos e preconceitos que precisaria enfrentar.



Blog: Qual a função social da literatura?
Alice: Inclusão social, reforço educacional e diversão.

Blog: Sua família a encorajou a escrever:
Alice: Não!

Blog: A internet influencia na carreira do escritor?
Alice: Sim, influencia.

Blog: Qual o primeiro livro que leu?
Alice: Não me faça pergunta difícil rsrs... passava minhas tardes na biblioteca municipal, impossível lembrar qual foi o primeiro. Porém, acredito que o mais marcante tenha sido "A marca de uma lágrima e "O Pequeno Príncipe".

Blog: Já tirou alguma ideia de um sonho?
Alice: Não sei, raramente lembro do que sonho.

Blog: Uma frase que te define?
Alice: O amor sempre vence.

Blog: Se pudesse voltar no tempo, mudaria alguma coisa?
Alice: Mudaria minha vida toda, rs. Primeiro, seguiria a vontade de escrever. Segundo, me assumiria mais cedo e terceiro, não voltaria a morar com meus pais depois da faculdade.

Blog: Deixe um recado para seus leitores e seguidores do blog:
Alice: Eu escrevo romances onde as protagonistas são, em sua maioria, lésbicas. Retrato o mundo com a visão de quem sofreu e ainda sofre muitos preconceitos na sociedade. Ainda há um preconceito em ler romances enquadrados com LGBTQ! por héteros. O que peço aos leitores do blog é que deem uma chance à literatura LGBTQ!, temos realidades e percepções de mundo diferentes. Vivencias a literatura LGBTQ! é livrar-se do preconceito, é analisar o mundo com nossos olhos, é ver o quanto o mundo ainda é heteronormativo e preconceituoso. E você, que se enquadra no mundo LGBTQ!, que ainda não conhece a literatura do gênero, procure conhecer, existem ótimos escritores que abordam todas as "letras".

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