sábado, 11 de julho de 2020

Entrevista com Paula R. Cardoso Bruno

Publicou o livro de forma física ou online? Quais as vantagens e desvantagens de se publicar pela forma que escolheu? Comecei publicando no Clube de Autores em 2011. Lá eu tinha a opção de físico e ebook, mas em 2017 entrei na Amazon exclusivamente com os ebooks. Desse modo no Clube ficaram apenas alguns físicos. Publicar em ebook, especialmente na Amazon, tem várias vantagens, a mais clara é o preço. Lá eu consigo publicar os livros a partir de apenas R$1,99 - um valor que acredito ser bem baixo e acessível apesar de toda a dedicação e trabalho envolvido. Posso dizer que levo meses até que a ideia se forme e feche completamente na minha cabeça até que todo o processo seja finalizado. Antes de começar a tomar corpo no computador preciso que a trama esteja completa, não vou criando e escrevendo. Alguns autores fazem fichas, rascunhos e roteiros. Eu não sigo exatamente essas etapas, tenho uma metodologia própria na construção, ou melhor, no relato e transcrição dos sonhos, raiz da maioria das minhas histórias. Alguns dos meus livros chegam a passar fácil das 400 páginas, mas mesmo assim mantenho preços baixos. Alguns eu até coloco um pouco a mais, mas nada comparado ao preço praticado em 2011 na outra plataforma. Desse modo, além do KindleUnlimited, o leitor tem a oportunidade de comprar vários livros na Amazon e curtir as histórias, que é o objetivo de todo autor, ser lido.

Qual o seu conselho para as pessoas que querem lançar um livro? O conselho que sempre dou é: Escreva aquilo que você gostaria de ler. Sei que existem as modinhas e os temas que estão em alta, que muitos autores escrevem seguindo as tendências, mas eu não me enquadro muito nessa metodologia de “busca” pelo leitor. Talvez não seja a melhor estratégia para estar entre as autoras mais lidas, mas é assim que sempre fiz e será assim sempre.

Como vê a literatura no Brasil? A literatura brasileira é extremamente rica. Temos os clássicos, os grandes autores que estão na mídia e recebem grandes incentivos, mas existe uma infinidade de nomes, ainda desconhecidos, que escrevem histórias incríveis. O brasileiro é criativo demais e merecia ter um espaço maior para expor as suas histórias. O incentivo dado aos grandes autores deveria ser estendido aos “anônimos”. Isso é uma utopia? Com certeza, mas sonhar faz parte da essência de todo autor.

Nesse ponto é preciso destacar que plataformas como o Clube de Autores e a Amazon colaboram muito para que o autor independente tenha a chance de ser lido. Nem todo mundo tem condições de investir em uma grande editora, isso quando tem a chance de ter o seu original aceito. É um universo muito seletivo, mas muito político, também. É preciso que haja uma intervenção, caso contrário o seu original ficará encalhado com muitos outros. É triste, mas é a verdade.

As pequenas e médias editoras estão abrindo mais portas para os autores nacionais, mas é um longo caminho a ser percorrido. Os eventos literários, como a FLIP e a Bienal também são espaços importantes para a literatura nacional. Ainda não tive a oportunidade de estar lá em um stand de editora, mas quem sabe um dia!

O que é preciso para que a literatura nacional seja mais valorizada? Incentivo a leitura desde a infância não apenas na escola, mas dentro de casa. Infelizmente ainda temos um número muito grande de pessoas que não valorizam a contação de histórias desde os primeiros anos de vida. A meu ver, apresentar o universo da fantasia estimula a imaginação, a criação, mas também o senso crítico. A criança é colocada diante de termos novos e buscará saber do que se trata. São benefícios intermináveis que terão reflexo na sua formação, inclusive, como cidadão.

A criança que cresce com um livro na mão com certeza se tornará um grande leitor e propagará a ideia. Ela se aproximará de pessoas que gostam do mesmo tipo de história, criará vínculos e amizades muito mais saudáveis.

Posso até dar o meu depoimento como filha e como mãe.

Eu cresci em meio aos livros. A minha mãe fazia parte do antigo “Círculo do Livro” que hoje muita gente sequer conhece. Ela sempre leu, eu e o meu irmão, seguimos o mesmo caminho. Crescemos lendo Monteiro Lobato. Aliás, eu lia as histórias em voz alta enquanto os meus pais preparavam o jantar. Era uma forma de me introduzir no mundo da literatura e praticar a leitura em voz alta. Fiz o mesmo com os meus filhos. Tanto a Luisa, quanto o Luiz gostam de ler. A Luisa, inclusive, já está envolvida no universo literário. Ela, que tem 24 anos, já publicou o seu primeiro conto, o meu genro também é autor, mas eles atuam mais nos bastidores, com revisão, por exemplo.

Como faz para divulgar o livro? Qual a melhor forma? Eu uso as minhas redes sociais e todas as ferramentas disponíveis. Fazer parte de grupos, usar as tags literárias e interagir com os leitores ajuda muito nessa construção do público.

Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira? Comecei em 2011, mas não com as minhas obras. Eu sempre quis escrever, mas tinha medo de me expor. Comecei então escrevendo FICs de Crepúsculo ainda no Orkut. Foi nessa época que escrevi o meu primeiro romance “Destino” e enviei para todas as leitoras da minha comunidade como presente de Natal daquele ano. Elas gostaram e foi o ponto de partida para que a coragem me dominasse.

Eu não tinha planos de seguir em frente. Os primeiros livros foram literalmente dados, mas com o tempo fui me envolvendo. Hoje a vida de escritora faz parte de mim.

A internet influencia na carreira do escritor? A internet sem dúvida facilita a nossa vida. Por meio da internet publicamos os livros e trabalhamos na divulgação. As redes sociais são uma verdadeira ponte entre o autor e o leitor.

Deixe um recado para seus leitores e seguidores do blog: Gostaria muito de agradecer inicialmente por essa oportunidade de estar expondo um pouco sobre a minha história como autora. Foi incrível. Senti-me imensamente feliz quando recebi o convite. Estou literalmente sorrindo.

Aos meus leitores eu só posso agradecer pela honra de lerem os meus sonhos. Amo quando me procuram e os debates que travamos inbox nas redes sociais sobre os livros. Esse envolvimento é tão incrível que me dá gás para seguir escrevendo.

Siga/Entre em contato com a  Paula R. Cardoso Bruno:

Facebook, clique aqui e aqui

Twitter, clique aqui

Instagram, clique aqui

Link para os livros, clique aqui e aqui

*Alguns livros podem ser comprados direto com a autora*

4 comentários:

  1. Ótima entrevista. Realmente, há necessidade de incentivo para que a literatura nacional cresça. Parabéns e sucesso.

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigada pelo espaço aqui no Blog. Fiquei muito feliz pelo convite e por ter participado.
    Esse espaço é muito importante para os autores, mas também para os leitores, que podem nos conhecer melhor.
    Mil beijos, sua lindaaaaaaaaaaaa!

    ResponderExcluir
  3. Paulinha contribuindo com a literatura Nacional de forma intensa.

    ResponderExcluir
  4. Adorei te conhecer melhor, Paulinha. Você é uma escritora fantástica e um ser humano incrível.

    ResponderExcluir